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quarta-feira, 31 de março de 2010

UM ATO DE AMOR



Escrevo esse relato com uma única intenção “abrir os olhos” de quem ainda dorme placidamente nas águas da alienação.

Há uma semana eu e minha família, salvamos vidas de animais em extinção e melhoramos nossas condições de vida e de nossos semelhantes. Tudo isso por um amor incondicional, um amor sem esperar reconhecimento, recompensa e qualquer outro tipo de agradecimento. Um amor puro pela vida que brota do chão, mesmo enfrentando piadinhas de mau gosto e pensamentos de piedade.

Nunca fomos tão felizes, nunca nos sentimos tão completos, satisfeitos e úteis. Não há dinheiro no mundo que pague a paz de espírito e a satisfação de ter cumprido um dever para com nosso lar, nossa Terra. Mesmo porque o que fizemos não seria um favor, mas uma obrigação de todo ser humano, dito como ser pensante, consciente e inteligente.

Chegamos à um momento em que não basta um palavreado bonito, um discurso perfeito e cheio de ideais ferrenhos à conscientização ambiental, ou simplesmente advogar para um mundo melhor para nossas crianças, melhor do que tudo isso é a ação. Está passando da hora de agir, arregaçar as mangas e labutar, está na hora de deixar para o mundo uma herança preciosa, crianças melhores, seres humanos dignos de viver neste chão sem destruí-lo, está na hora de humanizar os humanos, parece patético verbalizar um substantivo, porém é bem isso que necessitamos fazer. Tocar o coração do ser humano para arregaçar as mangas e fazer sua parte.

Sou professora e meus discursos sobre conscientização ambiental são lindos, convenço até uma pedra a fazer o que é certo, a cuidar da natureza e faço a minha parte, não jogo papel no chão, não jogo lixo nos rios, separo o lixo orgânico do lixo reciclável. Sempre o fiz. Porém ainda era pouco. A ação precisava ser maior, mas não tinha percebido o quanto.

Até que um dia, fui a Pontal do Sul, litoral do Paraná, uma praia maravilhosa ainda “deserta”, poucas pessoas, muita natureza, muita paz, e para a minha decepção muito lixo. Garrafas pets, tampinhas, vidro de maionese, palitos de pirulito, sacos e sacolas plásticas, panos, isopor, caco de vidro, pregos, pneus, potes de óleo, absorventes, frauda descartável, cordas, lixo...lixo...lixo. Eu e minha família ficamos tristes e mal com isso, sentimo-nos parte de todo aquele detrito, percebi que falar é fácil... agir é quase que impossível.

Mesmo sabendo que nós nunca jogamos um ínfimo papel de bala naquele paraíso, ou em qualquer outro lugar que não fosse a lata de lixo, sentimos que deveríamos fazer algo por toda a natureza. Então iniciamos nossa missão, se podemos assim chamar, pegamos sacolas em casa e passamos a juntar nelas todo o lixo que víamos na orla marítima, pessoas passavam olhavam algumas constrangidas, outras passavam somente olhando. Recolhemos cerca de 400 tampinhas, salvamos cerca de 5 golfinhos que ingerem mais ou menos 80 a 85 tampinhas que flutuam no mar, e assim morrem, pois tudo que flutua para os animais do mar é comida. Recolhemos cerca de 300 sacos e sacolas que poderiam matar inúmeras tartarugas que os confundem com águas marinhas seu principal alimento. Salvamos cerca de 80 filhotes de Albatroz, sabendo que Albatrozes ingerem mais ou menos 4 a 5 tampinhas de plástico achando que é comida e morrem. E um pássaro desses é capaz de pôr apenas um ovo a cada dois anos. Fora uma quantidade absurda de bitucas de cigarro que matam esses animais da mesma forma. Plásticos, pneus e isopor levam anos, séculos e milhões de anos para se decompor.

Crianças vão a praia no verão, pisam em pregos enferrujados, isso causa doenças como o tétano, pisam em cacos de vidro, em fraudas descartáveis e outros detritos cortantes e infectantes que pode causar danos bastante preocupante para seus pais, em questão de saúde, e para um belo processo para a prefeitura da praia, por falta de higiene, além de gastos desnecessários com médicos e remédios. Tudo isso pode ser evitado se houver consciência, ninguém precisa sair juntando o lixo alheio, como eu e minha família fizemos pelo amor que sentimos a Pontal do Sul, basta não jogar o seu lixo no chão, na praia, na mata já é uma grande atitude.

Se a prefeitura passar para recolher o lixo por nós recolhido na praia, também será uma bela ação de amor e cidadania. Se os pescadores tomarem cuidado em recolher seu lixo: cordas, isopor, galões de óleo, baldes, estarão sem dúvida valorizando seu lugar de trabalho, seu ganha pão diário, trabalharão em um lugar limpo.

Bastam pequenos atos de amor com a própria casa, com o Planeta Terra e com os seres que habitam nela, para uma vida mais saudável. Não podemos viver fora da Terra às margens da ignorância, uma hora temos que acordar e agir. Sabemos que já está quase tarde, porém se ainda houver amor, ainda haverá salvação.



Karin Raphaella Silveira.

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